Como minimizar os efeitos do bruxismo na reabilitação com implantes?

O bruxismo é uma atividade parafuncional caracterizada pelo apertamento ou ranger dos dentes. Exerce forças excessivas e não fisiológicas sobre os implantes e suas estruturas associadas, o que pode comprometer a estabilidade, a osseointegração e a longevidade do tratamento.

Diante desse cenário, é essencial que o cirurgião-dentista compreenda os efeitos do bruxismo na reabilitação com implantes, além de adotar estratégias clínicas e tecnológicas adequadas para garantir a durabilidade da reabilitação, mesmo em casos desafiadores. 

Neste artigo, discutiremos os principais riscos associados ao bruxismo. Conheça possíveis soluções para minimizar os efeitos dessa condição, bem como as tecnologias Straumann desenvolvidas para oferecer maior segurança em reabilitações implantossuportadas.

Bruxismo: definição e impacto sobre os implantes

O bruxismo é uma atividade muscular mastigatória repetitiva, geralmente inconsciente, que ocorre durante o sono (bruxismo do sono) ou em vigília (bruxismo de vigília). Estima-se que 40% da população brasileira sofra dessa condição em alguma intensidade, segundo dados da OMS.

Nos pacientes reabilitados com implantes dentários, o bruxismo pode representar um fator de risco significativo. As forças geradas não são fisiológicas e tendem a exceder a capacidade adaptativa do sistema estomatognático. 

Diferentemente dos dentes naturais, os implantes não possuem ligamento periodontal, o que reduz a capacidade de amortecimento das cargas. Assim, qualquer sobrecarga é transmitida diretamente ao osso peri-implantar e aos componentes protéticos.

Os efeitos potenciais incluem:

• Fratura de parafusos ou componentes protéticos;

• Perda óssea marginal peri-implantar;

• Falha na osseintegração de forma tardia;

• Comprometimento estético e funcional da reabilitação;

• Necessidade de retratamento.
  

Por isso, é fundamental que o profissional identifique a condição precocemente, avalie o grau de severidade e adote estratégias para mitigar os efeitos do bruxismo na reabilitação com implantes.

Diagnóstico clínico: o primeiro passo

Antes mesmo da instalação dos implantes, é imprescindível que o profissional realize uma anamnese detalhada, seguida de exame clínico e, se necessário, polissonografia. Sinais como facetas de desgaste, fraturas dentárias, hipertrofia dos músculos mastigatórios e queixas de dor na ATM são indicativos importantes.

Além disso, o uso de escalas subjetivas e questionários pode complementar o diagnóstico, especialmente nos casos de bruxismo de vigília, que muitas vezes é subestimado.

Estratégias clínicas para controle da sobrecarga

Algumas estratégias se destacam quando nos referimos a controle da sobrecarga causada pelo bruxismo. As principais são:

Planejamento reverso e ajuste oclusal

O controle do bruxismo começa no planejamento. O ideal é sempre trabalhar com o conceito de planejamento reverso, priorizando uma oclusão estável, com guias anteriores bem definidas e mínima interferência em lateralidade. 

Reabilitações implantossuportadas devem ser idealmente confeccionadas com oclusão mutuamente protegida, favorecendo a desoclusão posterior em movimentos excêntricos.

Em muitos casos, o ajuste oclusal fino na fase protética é decisivo para prevenir sobrecargas.

Seleção de implantes com alta estabilidade primária

Implantes com desenho inovador, que promovem estabilidade primária elevada, são especialmente vantajosos em pacientes bruxômanos. O Straumann® BLX, por exemplo, combina geometria progressiva com um sistema de conexão de alto desempenho, promovendo excelente estabilidade inicial mesmo em osso de baixa densidade.

Essa característica é essencial para garantir uma boa osseointegração, como também para suportar microtraumas que possam ocorrer mesmo em repouso, principalmente em reabilitações com carga imediata.

Uso de materiais mais resistentes

A escolha do material também desempenha papel crucial. O Roxolid®, liga exclusiva de titânio-zircônia desenvolvida pela Straumann, oferece resistência mecânica superior em comparação ao titânio puro, possibilitando o uso de implantes mais delgados sem comprometer sua integridade estrutural.

Essa resistência adicional é um diferencial importante em pacientes com bruxismo, que tendem a gerar cargas mais intensas e constantes sobre os pilares e implantes.

Superfícies que favorecem a osseointegração rápida

Pacientes bruxômanos se beneficiam de implantes com superfícies de alto desempenho que aceleram a osseointegração. A superfície SLActive®, por exemplo, apresenta elevada hidrofilia e reatividade química, favorecendo a formação de tecido ósseo em menor tempo.

Isso reduz o período vulnerável à sobrecarga precoce e contribui para a longevidade da reabilitação, principalmente em protocolos de carga imediata ou precoce.

Reforço protético e escolha adequada de materiais

A estrutura protética também deve ser projetada para suportar maior tensão. Em muitos casos, o uso de infraestrutura metálica reforçada ou zircônia monolítica é recomendado. 

Além disso, é importante avaliar cuidadosamente o tipo de prótese (unitária, protocolo, overdenture) e a distribuição dos implantes para garantir a dissipação ideal das forças oclusais.

O uso de parafusos de retenção com torque adequado e a verificação constante da estabilidade dos componentes durante o acompanhamento são fundamentais para evitar falhas.

Placas oclusais como medida preventiva

Mesmo após a conclusão da reabilitação, a prescrição de uma placa oclusal rígida, confeccionada em acrílico, é uma medida altamente recomendada. O objetivo é proteger a reabilitação durante o sono, distribuindo melhor as forças e reduzindo o risco de fraturas ou afrouxamentos.

O acompanhamento periódico do paciente deve incluir avaliação da placa e possíveis ajustes oclusais, já que o padrão de bruxismo pode se modificar com o tempo.

Evidências científicas e respaldo clínico

Estudos recentes destacam que o bruxismo é um fator de risco considerável para complicações mecânicas e biológicas em implantes. Segundo uma revisão publicada pelo ILAPEO, as falhas mais comuns associadas ao bruxismo envolvem fraturas de componentes protéticos e perda óssea marginal peri-implantar, especialmente em reabilitações com múltiplas unidades.

Já o estudo da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho reforça que o uso de placas oclusais, ajustes oclusais adequados e a seleção criteriosa de materiais de alta resistência são as melhores estratégias para mitigar esses efeitos adversos.

Por que escolher soluções Straumann para esse perfil de paciente?

Como vimos, pacientes com bruxismo representam um desafio clínico importante: as forças oclusais aumentadas exigem sistemas implantológicos de alta performance, capazes de suportar cargas elevadas sem comprometer a durabilidade do tratamento. É nesse cenário que as soluções da Straumann se destacam como uma escolha estratégica e segura.

Reconhecida globalmente pela excelência em inovação, biotecnologia e embasamento científico, a Straumann oferece uma linha de implantes e componentes ideal para reabilitações em pacientes com parafunção. Entre os principais diferenciais, destacamos:

• Straumann® BLX: sistema implantológico desenvolvido para proporcionar estabilidade primária excepcional, mesmo em ossos de baixa densidade. Sua geometria otimizada o torna ideal para protocolos de carga imediata, oferecendo mais segurança frente ao risco de sobrecarga funcional.

• Roxolid®: liga metálica exclusiva à base de titânio e zircônio, que oferece resistência mecânica significativamente superior ao titânio puro. É especialmente indicada para situações clínicas com altas tensões oclusais, como nos casos de bruxismo, permitindo maior segurança com implantes de menor diâmetro.

• SLActive®: superfície bioativa que promove uma osseointegração acelerada e confiável, reduzindo o tempo de cicatrização e o risco de falhas precoces. Essa tecnologia é especialmente valiosa em pacientes com risco de comprometimento ósseo, pois melhora o prognóstico clínico e favorece a longevidade da reabilitação.
  

Ao integrar essas tecnologias, o cirurgião-dentista ganha mais previsibilidade clínica, mesmo em cenários desafiadores. O resultado são reabilitações duráveis, seguras e adaptadas à realidade funcional do paciente, com menor risco de complicações biomecânicas ao longo do tempo.

Reabilitar pacientes com bruxismo é, sem dúvida, um dos maiores desafios da implantodontia contemporânea. O risco de falhas aumenta consideravelmente se não houver um planejamento meticuloso, seleção criteriosa de materiais e estratégias de controle biomecânico.

Felizmente, a evolução dos sistemas de implantes, como os oferecidos pela Straumann, proporciona ao profissional ferramentas de alta performance para enfrentar esses casos com mais confiança e segurança.

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