Straumann® BLT – Implante Straumann® Bone Level Tapered Ø 2,9 mm

Uso do Implante Straumann® Bone Level Tapered Ø 2,9 mm na zona estética

Relatório de um caso clínico por Stefan Paul Hicklin, Suíça

Situação inicial

Uma paciente de 51 anos de idade compareceu na Clínica Odontológica Universitária em Genebra (Divisão de Prostodontia Fixa e Biomateriais), em abril de 2016, com queixa de episódios ocasionais de dor leve na região do dente 12. A paciente era saudável, não fumante e não estava tomando nenhuma medicação. Durante o exame clínico, ela se queixou de uma leve dor mediante a percussão do dente 12. O dente foi tratado endodonticamente e restaurado com uma formação composta (Figs. 1-3). Além disso, o dente mostrou aumento na mobilidade de grau 2 e nenhuma profundidade da sondagem periodontal (PPD) excedeu aos 4 mm. A radiografia periapical mostrou radioluscência ao redor do ápice do dente 12 (Fig. 4).

Plano de tratamento

Após a consulta com um especialista endodôntico, optou-se por extrair o dente 12 e executar um procedimento de preservação do rebordo para manter o volume. Após um período de cicatrização de 8 semanas, um procedimento de instalação de implante precoce foi planejado. Uma prótese parcial fixa fixada com resina também foi discutida como uma opção alternativa de tratamento. Uma vez que a distância entre os dentes 11 e 13 era pequena (cerca de 6 mm), o plano de tratamento foi a de instalar um implante Straumann® BLT com um diâmetro de 2,9 mm (conexão Small CrossFit®), incluindo a regeneração óssea guiada, se necessário. Após a osteointegração de sucesso e uma fase provisória, o implante foi planejado para ser restaurado com uma coroa de zircônia translúcida (Katana Zirconia, STML A2 T18) sobre uma base de titânio (Straumann® Variobase®). O plano era realizar uma moldagem analógica e seguir um fluxo de trabalho de laboratório digital utilizando a tecnologia CADCAM.

Procedimento cirúrgico

O dente foi extraído e um substituto ósseo xenogênico, em combinação com um enxerto de perfuração a partir do palato foi usado para realizar um procedimento de preservação do rebordo (Figs. 5, 6). Uma prótese removível provisória foi adaptada e incorporada para substituir o dente ausente.

Seis semanas mais tarde, um rebordo bem mantido em condições de tecidos moles completamente cicatrizados foi observado clinicamente (Figs. 7, 8). Foram feitas moldagens com alginato da situação, e um enceramento do dente 12 foi confeccionado sobre os modelos de gesso. Com base no enceramento, o técnico em próteses dentárias confeccionou um guia cirúrgico convencional (Figs. 9, 10).

No dia da instalação do implante (sete semanas após a extração), a paciente foi pré-medicada com 1500mg de amoxicilina e 600mg de ibuprofeno. Sob anestesia local, foi realizada uma incisão da crista óssea desde o ângulo da linha palatina do dente 11 até o ângulo da linha palatina do dente 13, e uma incisão de liberação vertical distal ao dente 13. Um retalho de espessura total foi elevado (Figs. 11, 12). Foi instalado um stent cirúrgico convencional, e o leito do implante foi preparado de acordo com as instruções do fabricante, como segue: No início, a posição do implante foi marcada com uma broca redonda de 1,4 mm. A primeira osteotomia foi realizada com uma broca lança com diâmetro de 1,6 mm (Figs. 13, 14). A seguir, o leito do implante foi preparado com a broca piloto com diâmetro de 2,2 mm. O eixo correto e a posição vertical foram verificados com a ajuda de indicadores específicos e a guia cirúrgica (Figs. 15, 16). Como o osso era muito macio, não houve necessidade de usar broca de perfil e promotor de rosca. Um implante Straumann® BLT Small CrossFit® (SC) (Roxolid®, SLActive®), com um diâmetro de 2,9 mm e comprimento de 12 mm, foi instalado com boa estabilidade primária e uma correta posição protética / eixo (Figs. 17, 18). Um pequeno parafuso de fechamento foi aplicado para cobrir o implante. Lascas ósseas autólogas, um xenograft e uma membrana de colágeno foram utilizados para aumentar defeito de fenestração vestibular e aperfeiçoar o contorno do rebordo vestibular, permitindo obter uma coroa definitiva com aspecto mais natural. O periósteo foi liberado, e o retalho foi reposicionado para obter o fechamento primário da ferida com uma sutura monofilamentar não absorvível de ePTFE 5.0 (Figs. 19, 20). Antibióticos (amoxicilina 3 x 750 mg por 5 dias), analgésicos (ibuprofeno 600mg, conforme necessário) e antisséptico bucal à base de clorexidina (0,2%) foram prescritos. As suturas foram removidas 10 dias após a instalação do implante.

O período de cicatrização ocorreu sem intercorrências, e 3 meses após a cirurgia o exame clínico revelou tecidos saudáveis (Fig. 21). Neste momento, a conexão do pilar foi realizada sob anestesia local com um mini-retalho em forma de U e girado vestibularmente. O tecido mole cobrindo o implante foi desepitelizado usando uma broca de diamante redonda. Uma incisão em forma de U foi realizada, e o retalho sobre o implante foi elevado. Uma pequena bolsa de tecido foi preparada no aspecto vestibular do implante, e o retalho foi girado. Após a remoção do parafuso de fechamento, um pilar de cicatrização com altura de transmucoso de 3,5 mm foi inserido (Fig. 22).

Procedimento protético

Duas semanas após a conexão com pilar, foi realizada uma moldagem analógica. No laboratório, o técnico em próteses dentárias produziu a coroa provisória usando o pilar temporário de titânio (TAN) e resina composta (Fig. 23). A coroa provisória tinha um modelo “ridge lap” para evitar pressão excessiva sobre o tecido mole durante a inserção. Após a remoção do pilar de cicatrização, observou-se que a mucosa peri-implante estava saudável (Fig. 24). A coroa provisória foi inserida e apertada a 15 Ncm (Fig. 25). Durante as semanas seguintes, a coroa provisória foi modificada duas vezes com resina composta para otimizar o perfil de emergência. Ela também foi usada para aplicar pressão no dente 11 porque a paciente desejava fechar o diastema.

Depois de uma fase provisória de três meses, uma segunda moldagem foi realizada com coping de moldagem individualizada. O molde foi produzido, e o pilar Variobase® (altura do transmucoso de 1 mm) foi aparafusado no análogo do implante. A base de titânio foi digitalizada usando o scanner Dental Wings 7Series. A coroa do implante com redução vestibular foi projetada com o Dental Wings Open Software (DWOS) e usinada com a máquina Wieland Zenotec Select CAM (Fig. 26). Zircônia ultra-translúcido foi o material de reconstrução escolhido (Katana STML A2 T18). Após o processo de sinterização, a coroa foi colorida e revestida no aspecto vestibular com camadas de cerâmica (Fig. 27). Após uma fase de experimentação, a coroa foi finalizada, cimentada sobre o pilar de titânio e polida (Fig. 28).

Resultado final

A coroa final foi inserida sem problemas, e o ajuste clínico foi verificado com uma radiografia periapical (Fig. 29). A reconstrução integrou-se corretamente na dentição existente, e a paciente ficou muito feliz com o resultado (Fig. 30). A coroa sobre o implante 12 agora parecia estar um pouco maior do que o dente natural 22, mas a paciente achou que era mais importante fechar o diastema (Fig. 31). Decidiu-se também instalar a coroa um pouco mais em direção ao aspecto vestibular do que do dente 22. Mesmo logo após a inserção da reconstrução final, a situação da mucosa foi mais do que aceitável. No entanto, pode-se esperar melhoria nas próximas semanas ou meses. O volume vestibular foi bem preservado ao longo do tempo e pode-se comparar com a situação do dente 22 (Fig. 32).

O fechamento final do orifício de acesso do parafuso ocorrerá três a quatro semanas após a inserção, com fita PTFE e resina composta. O intervalo de retorno será definido em 6 meses.